sábado, 14 de novembro de 2009

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadora: Andréia Ribeiro

Formadora: Zenaide Franco

AUXILIANDO OS ESTUDANTES A EDITAR

Lucy Calkins.

(…)

É importante que lembremos, naturalmente, que os itens da lista de verificação de edição mudam com o tempo, à medida que as crianças se tornam mais e mais capazes.

Quando a maioria das crianças está utilizando a pontuação corretamente, esta pode ser retirada da lista de verificação e um novo item pode ser acrescentado. As listas devem mudar à medida que as crianças também se modificam e, uma vez que existe uma imensa variedade de capacidades dentro de uma sala de aula, faz sentido se confeccionar vários tipos diferentes de listas de verificação, cada uma representando diferentes níveis de sofisticação.

As crianças aprendem rapidamente que, depois de terem feito um esboço e revisado seu texto, devem levá-lo até a mesa de editoria. Ali, com a lista de verificação como um guia, relêem e corrigem seus textos. Nas minilições e nas conferências sobre a edição, os professores terão mostrado às crianças como editar. Considerando útil, por exemplo, pedir-se que as crianças leiam rapidamente seus textos, como um leitor faria, acompanhando o conteúdo com um olho crítico, para assegurar-se de que o texto faz sentido. Quando estão verificando a ortografia, sugerimos que as crianças leiam com um

lápis na mão, tocando cada palavra e perguntando a si mesma: " Será que está certo?"

Alguns professores sugerem que os alunos comecem a ler o texto a partir de seu final, de

modo que possam ver as palavras fora do contexto e os erros óbvios. Outros discordam, mas o que interessa, realmente, é que as crianças leiam lentamente e que saibam o que fazer, se uma palavra parece estar errada. Geralmente, sugerimos que a criança sublinhe

levemente uma palavra (circulá-la destrói a aparência do esboço) e depois virem a página, escrevendo a palavra novamente, de outra forma. Mais tarde, podem voltar à lista e selecionar várias palavras para procurar no dicionário. O ponto-chave, aqui, é que as crianças, e não somente seus professores, identificarão as palavras escritas incorretamente.

Embora escrever corretamente seja ótimo, muitas pessoas brilhantes não conseguem fazê-lo. O importante é que se reconheça se uma palavra foi escrita erroneamente e que se tenha estratégias para a correção do erro.

Também é importante que o sistema de edição das salas de aula não coloquem excessivas exigências sobre os escritores que têm severos problemas com a escrita. Se estas crianças sabem que devem procurar cada palavra incorreta no dicionário, elas escreverão palavras mais seguras [...].

O ponto mais importante na minha opinião é fazer com que as crianças percebam que a edição envolve mais do que a correção de erros. Este é um ato criativo, um período para encurtar e ligar, para tornar a linguagem mais "enxuta", para colocar em ordem os pensamentos e para escutar a poesia e o ritmo das sentenças que se escreve.

Em vez de "palavras excessivas", eu poderia ter dito: "ajuste o ritmo de suas sentenças, para dirigir a atenção do leitor", ou "Utilize interrupções no parágrafo ou uma extensão variada nas frases, para atingir a atenção do leitor". Poderia, ainda, dizer: "Observe onde o ritmo se rompe", ou "Observe e corrija os lugares onde seus leitores tropeçarão nas palavras".

Em algumas classes, as listas de verificação de editoria contêm uma coluna para os editores colegas. Existem vantagens óbvias nisto: as crianças ajudam-se umas às outras,

falam sobre a pontuação e ortografia, se utiliza dos pontos fortes uns dos outros e necessitam menos input do professor. As desvantagens da editoria entre colegas são menos óbvias, até que começam a ser feitas. Então, tornam-se muito presentes. As crianças adoram desempenhar o papel de professor. Em grandes letras tremidas, rabiscam todo o texto de seus colegas. Geralmente criam-se brigas e discussões, quando o escritor protesta e diz que o colega editor está errado (como freqüentemente é o caso). Minha sugestão, portanto, é que, se as crianças editam os textos umas das outras, devem também compreender que o escritor sempre tem a última palavra. Uma maneira de se enfatizar isto é dizendo que os colegas editores podem aconselhar, mas não podem modificar um texto.

Uma vez que uma criança tenha editado seu texto, é hora de o professor analisá-lo. Idealmente, a criança traz o texto e a lista de verificação de editoria para o professor, e os

dois realizam uma conferência da edição. Entretanto, as salas de aula nem sempre são ideais, e descubro que, geralmente, o número de alunos é muito grande para que isto funcione efetivamente. O professor termina por gastar metade de seu tempo nas conferências de edição, e aqueles alunos que esperam por sua vez tornam-se inquietos, acrescentando mais um elemento ao caos da classe. A melhor maneira encontrada por nós para evitar este "engarrafamento" é fazer com que as crianças depositem seus textos na caixa, começando a fazer um novo texto enquanto esperam por sua vez na conferência.

Freqüentemente, os professores dizem, "Quando vocês tiverem terminado seus textos, quero que os mostrem a mim e, se ele estiver bom, se vocês tiverem dado o melhor de si, então poderão colocá-lo em minha caixa." [...]

Questões

1) Qual o objetivo do texto?

2) Descreva abaixo quais as práticas centrais elaboradas para a etapa da edição, no texto

de referência.

3) Como este trecho de texto pode ajudá-lo a trabalhar e influenciar nas atividades de produção textual? Considere o planejamento, a escrita, a revisão, a edição, incluindo o processo de avaliação do produto.

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